Ainda não há uma semana, do alto da sua futura ex-tribuna europeia, Paulo Rangel esticou uma vez mais o dedo inquisidor da sua mão direita, apontou ao governo português, e disparou: «Portugal já não é um estado de direito». Disse-o com todas as letras, alto e em bom som, como, de resto, é o seu timbre.
Agora que, finalmente (foi difícil, pá!), Durão Barroso o convenceu a candidatar-se à sucessão da Dra. Manuela, importa saudar a disponibilidade pessoal, a determinação política e a coragem física de Rangel, ao regressar do confortável exílio belga, com o propósito de combater e derrubar o actual regime totalitário e repor as liberdades cívicas e individuais, mormente a de expressão.