A solidez dos alicerces do estado de direito democrático parece estar, por estes dias, intimamente ligada à continuidade de José Eduardo Moniz à frente dos destinos da estação de Queluz. Moniz está assim acorrentado à cadeira de director-geral da TVI. A bem da democracia.
Esgotado, sem projecto e sem glória, restou a Luís Filipe Vieira uma manobra de secretaria para poder continuar a arrastar-se pela presidência do Benfica por mais 3 anos.
E quando tudo parecia irremediavelmente perdido, eis que surge José Eduardo Moniz, claro, objectivo, mobilizador, demolidor, e em pouco mais de cinco minutos consegue derrotar Vieira, sem sequer ir a votos!
«Jesus no Benfica por dois anos»
(Sol)
E se é certo que este ano se mantém a intrigante proibição às massagens na praia, a verdade é que podemos sempre comprar uma toalha destas:
Em entrevista ao Expresso, Pinto Monteiro garante que o DVD em que Charles Smith afirma ter pago uns quantos milhões de ainda-não-percebi-bem-do-quê a José Sócrates se encontra guardado no cofre da Polícia Judiciária de Setúbal. E claro, para o caso de acontecer algum azar, há sempre uma cópia de segurança na redacção da TVI.
«Cristiano Ronaldo lisonjeado com verba oferecida por Real Madrid»
(TSF)
«O Sr. Morgado vai na sege rica
Todo repimpado, ai que bem lhe fica.
O Chapéu armado e a comenda ao peito,
E o espadim ao lado, que homem tão perfeito.
Deputado eleito, muito bem votado.
Vai para o Te-Deum, seja Deus louvado,
Seja Deus louvado,
Seja Deus louvado.»
O Senhor Morgado
Letra de José Carlos Ary dos Santos
Interpretação de Cantam Autores
No Prós e Contras desta noite foram estes os rostos da vitória de Domingo:
Já dizia o outro: quer mesmo que eles voltem?
Passado o choque inicial, desisto de esperar pela conferência de imprensa do comandante da protecção civil na qual deveria ser feito o balanço final do exercício de catástrofe nacional que se desenrola diante dos meus olhos desde as oito da noite de Domingo.
Com a ajuda de poderosos fármacos, recupero fragmentos da memória das últimas 24 horas. Recordo-me de ter ido votar acompanhado pela minha filha de 5 anos. Já no recato da cabine de voto perguntei-lhe se queria ser ela a fazer a cruz no boletim. A resposta afirmativa foi pronta enquanto deitava mão à caneta. Pai?... Sim?! E onde faço a cruz? Aqui, respondi-lhe, indicando o quadrado à frente do Partido Socialista. Com o sobrolho carregado e o nariz franzido, virou-se para trás: Nesse?!... Mas eu quero votar na Manuela Ferreira Leite...
(Por não ter sido especialmente edificante para a Democracia, ou motivo de orgulho enquanto pai e educador, não se reproduz aqui a continuação do diálogo.)
Um resultado para digerir.
Com o maior número de protagonistas com uma voz irritante
A começar pelo permanente gemido monocórdico de Vital, passando pela metálica Ilda, ou pelo estridente Rangel, e a acabar no arranhado, envelhecido em cascos de carvalho francês, de Miguel Portas.
Que por acaso, só por acaso, foi das europeias
Talvez porque não lhe tenham explicado exactamente ao que vinha, Vital começou por lançar a génese daquilo que, à partida, até parecia ser uma estratégia promissora, ao fazer notar a feliz coincidência de estando marcadas para breve umas eleições europeias constituir tal facto uma janela de oportunidade para se discutirem questões europeias. Dah!!
Fechou-se-lhe a janela na cara no primeiro segundo após os seus colegas candidatos terem aberto a boca. E quando, a pensar sabe-se lá no quê, deixou escapar umas palavras sobre a eventualidade de um imposto europeu, a expulsão da campanha esteve mesmo por um fio. Não tanto pelo imposto em si, imagino eu, mas pelo atrevimento deste ser europeu.
Depois de, finalmente, ter conseguido acordar do entorpecimento inicial, colocou o capacete, deitou mãos ao volante, e lá vai disto! Arrancou com os pneus a chiar, deixando atrás de si uma gigantesca nuvem de pó que a todos envolveu. Sobrou-lhe no estilo o que lhe faltou em perícia.
Vejo, neste preciso momento, Manuela Ferreira Leite a discursar no comício de encerramento da campanha do PSD. As notícias sobre o fim da «era dos comícios» terão sido manifestamente exageradas (?)
Desde a primeira hora que a estratégia de campanha do PSD passou, assumidamente, pelo ataque cerrado ao governo, elegendo Sócrates como o principal alvo a abater, forçando uma agenda eleitoral mais própria das legislativas de Setembro do que das europeias.
Ora, a crer nos resultados das sondagens publicadas até à data, muito embora permaneça a dúvida se, com os actuais players da S. Caetano, outra estratégia poderia produzir diferente resultado, o PSD caminha a passos largos para uma derrota no próximo domingo.
Rangel quer agora um debate - mais um, depois de não sei quantos debates a dois, a cinco, a treze, em rádios e televisões - com Vital Moreira. Um estafado número de campanha, de quem, porventura tarde demais, percebeu que errou o alvo.
O jornal Público, na sua edição impressa de hoje, com destaque de primeira página, compara os meios utilizados por cada um dos partidos concorrentes às eleições europeias, concluíndo que, neste domínio, «os meios de campanha do PS esmagam os da concorrência».
O que a notícia do Público não explica é como é que o PS, com um orçamento de 1.520.000 euros, consegue «esmagar» o PSD cujo orçamento anunciado é o maior, de longe, de todos os partidos concorrentes: 2.200.000 euros, mais de 700.000 euros que o orçamento dos socialistas.
Campanha em Almada: Líder da Fenprof diz em comício da CDU que Sócrates distingue entre "cidadãos de primeira e de segunda"
(Público)